As empresas deverão adaptar-se às novas realidades climáticas e o futuro do setor privado dependerá, cada vez mais, da habilidade dos negócios em se conectar às mudanças do meio ambiente, além de desenvolverem bens e serviços que reduzam o impacto das mudanças climáticas.

Esse é o contexto abordado no relatório recém lançado pela parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) e a think thank inglês SustainAbility. O documento intitulado "GEO-5 para o Negócio: Impactos de Mudanças Ambientais sobre o Setor Corporativo" traz uma compilação de dados ambientais, direções políticas e cenários atuais que oferecem uma imagem clara das tendências e impactos que deverão obrigar os líderes corporativos a tomar medidas transformadoras nos negócios.

O estudo baseou-se no Panorama Ambiental Global (GEO 5), considerado a análise mais abrangente da ONU sobre o estado do meio ambiente no mundo, e sugere que o aumento frequente de eventos ligados a temperaturas extremas e às mudanças climáticas representam um risco para diversos setores da economia. Entretanto, tais mudanças também podem oferecer oportunidades para os negócios e para empresas que saibam gerenciá-las e desenvolver novos processos e produtos.

Clarissa Lins, diretora executiva da FBDS, foi a única brasileira a compor o grupo de revisores finais do documento. "Este relatório tem imenso valor, ao aproximar o conhecimento científico contido no GEO5 do mundo dos negócios. É preciso buscar,constantemente, aproximar o mundo acadêmico das decisões empresariais, de forma a aumentar a consciência corporativa a respeito de ameaças e oportunidades presentes e futuras", considera a executiva. Ainda de acordo com Clarissa, "participar do processo de revisão foi muito rico, possibilitando ter uma visão global dos desafios enfrentados."

O relatório cita ainda a escassez de água, acidificação dos oceanos, emissões de químicos nocivos e outras questões ambientais, e indica de que forma decisões mais criativas do setor privado podem ajudar o mundo a vencer esses obstáculos. Foram analisados 10 setores específicos da economia, como Construção, Mineração, Produtos Químicos, Energia, Finanças, Produção de alimentos, Saúde, Tecnologia de Comunicação, Turismo e Transportes. A proposta da análise é indicar caminhos para que o mercado se adeque à nova realidade e crie vantagens competitivas a longo prazo.

Indicações como o investimento na construção de prédios verdes, em tecnologia eficiente e transportes sustentáveis, além de produtos baseados em baixo carbono, estão presentes entre outras na publicação.

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