A FBDS promoveu, em parceria com a Conservation International do Brasil, o workshop A Expansão da Agroenergia e Seus Impactos sobre os Ecossistemas Brasileiros. Realizado no BNDES nos dias 26 de 27 de março de 2007, o evento reuniu cerca de 200 pessoas, entre especialistas, pesquisadores, empresariado, representantes de órgãos governamentais e da sociedade civil.

O encontro foi aberto pelo presidente da FBDS, Israel Klabin, que afirmou que os problemas e impactos - econômicos, sociais e ambientais - foram expostos e que dalí deve-se pensar em soluções que possam ser viabilizadas como políticas públicas.

Klabin acredita que os impactos ambientais incidirão sobre ecossistemas frágeis, como a Amazônia e o Pantanal, áreas de cerrado e matas ciliares, e que a legislação brasileira não é suficiente para garantir a preservação dos ecossistemas. "Falta um monitoramento adequado sobre áreas frágeis. O sul do estado de Mato Grosso foi devastado pela soja. Não podemos deixar que a expansão das plantações destinadas à produção de agroenergia seja feita de forma insustentável", disse.

A FBDS pretende aprofundar estudos no chamado arco de desflorestamento da Amazônia: "Nós temos nessa fronteira uma área já devastada equivalente à da França, mais a Bélgica, mais a Holanda. Essa área poderia ser recuperada por meio de unidades agroflorestais, onde entrassem palmáceas, agricultura de subsistência e um sistema cooperativado. Se for adequadamente gerida, pode render um excelente resultado para o país".

Durante o evento, foram abordados vários aspectos sobre a temática da agroenergia, entre os quais: os ecossistemas e espécies ameaçadas no Brasil: como garantir sua proteção; áreas prioritárias e paisagens no Cerrado, Pantanal e Amazônia; como minimizar os impactos sobre a biodiversidade da Amazônia; os efeitos da agricultura extensiva de cana-de-açúcar, soja e dendê sobre os ecossistemas tropicais no mundo; os princípios e critérios para biocombustíveis sustentáveis, a competição da produção de alimentos e de energia; o mercado mundial e a situação da política global para os biocombustíveis; os condicionantes ambientais à concessão de financiamentos.